23 fevereiro 2012

The Heartbeats of One Direction - XIV Capítulo


RAQUEL

  Passou-se uma semana mexida de emoções. Eu dei início á minha nova vida na Faculdade de Medicina, fiz amizades logo na primeira semana, o que era algo de que eu ansiava bastante. Entretanto, a minha irmã ligou para a agência de onde foi admitida como estagiária e estes disseram-lhe que iniciaria o estágio na semana seguinte, ela estava mesmo radiante e eu estava por ela também. A tia da Ana ligou-lhe na quarta-feira para lhe dizer que tinha tratado do negócio da transferência e mudava-se para cá em plena época natalícia – um novo problema: será que a Ana continuava a viver connosco, ou a tia obrigara-a a mudar-se com ela para as novas instalações? Isso logo se veria… Por falar em «Ana» e «novas instalações», foi aceite na escola em que fizera a primeira inscrição, uma sorte!
  Hoje, eu e as raparigas tinha-mos planeado passar-mos uma tarde em comunhão com o shopping, seguida de uma sessão de cinema, havia que aproveitar o fim-de-semana. Mas… Aliámos os planos para o dia seguinte, dado que o Zayn me convidara para sair e eu aceitei logo, como era óbvio! E é claro que surgiram aquelas boquinhas engraçadas, de imediato.
  Marcámos o encontro para as 17 horas, quando este me viria buscar a casa. Olhei para o pulso e o mostrador marcava as 14 horas. Despi a roupa que trazia vestida e escolhi um visual mais feminino; maquilhei-me e no meio desta cegada faltavam dez minutos para a hora marcada. Encontrava-me sozinha em casa. A minha irmã e a Ana tinham ido às compras, para abastecer o frigorífico, que já andava a precisar.
  Sentei-me no sofá a ver um pouco de televisão ao que me assustei com o toque da campainha, fui abrir.
  - Cedo de mais? – Era o Zayn. Este também se vestiu a rigor.
  - No ponto! – Brincava eu. – Vamos?
  - Sem antes te dizer que hoje estás ainda mais bonita.
  - Olha que tu não me ficas nada atrás!
  - Oh, assim vou corar…
  Começamos a caminhar em direção ao local destinado, pelo caminho falávamos de tudo o que nos vinha a cabeça para abafar o silêncio constrangedor que se fazia sentir naquele momento. Notava também um estranho nervosismo na voz dele, o que não me parecia normal vindo do Zayn.
  - É pena o tempo estar assim… - Queixava-se ele, enquanto olhava para o céu que avizinhava uma grande carga de água. – Se não levava-te á praia…
  - Á praia em Setembro?
  - Sim… Não era a primeira vez que acontecia.
  - Estranho… Em Portugal o tempo começa logo a mudar assim que mudamos de mês, parece magia! – Explicava-lhe.
  - Um dia quero que me leves lá! – Realmente, mostrava uma grande vontade em querer conhecer Portugal.
  - Claro que sim, tenho muito prazer em mostrar-te o meu país.
  Quando demos por nós, estávamos num grande monte, rodeado por diversas árvores, inúmeras. Dali conseguia ver-se um pouco de Londres, com uma vista incrível.
  - Olha ali aquele barco, mesmo fixe!
  - Onde? Não consigo ver! – Protestava. Não tinha culpa de ser mais pequena e a minha vista não conseguir abranger todos os pormenores.
  - Anda cá. – De repente, senti alguém a agarrar-me. Era o Zayn que me colocou ás suas cavalitas para conseguir ver melhor. Ri-mos os dois, ternamente. – Assim está melhor?
 - Muito melhor. E sim, é encantador… Quem me dera que um dia pudesse dar uma voltinha nele…
  - Ai sim? – Esta minha frase deixara-o um pouco pensativo, até um pouco distante. – Raquel?
  - Sim, Zayn?
  - Eu quero dizer-te uma coisa…
  O Zayn foi interrompido por uma pinga de água que lhe caíra mesmo a meio da testa, o que achamos uma graça enorme e desatamos a rir novamente.
  - Dizias? – Pedi-lhe que continuasse. Aquela conversa estava a deixar-me nervosa.
  - Eu quero que saibas que eu… - Encravara. Definitivamente, encravara e não conseguiu arranjar nos próximos dez segundos que se seguiram, juntos a um novo constrangedor silêncio. E á festa, vieram mais pinguinhas que desta vez, fui eu o alvo escolhido. Em pouco tempo estávamos encharcados com tantas gotas que nos caíam em cima.
  - Vamos… - Peguei-lhe na mão para começar a correr, mas este trocou-me as voltas.
  - Espera…
  Desta feita, sentiu puxar o meu braço acabando os dois um contra o outro. Eu olhava para ele no meu olhar mais inocente e reparava que os seus olhos se tornaram mais verdes do que castanhos, o que não era habitual. As nossas cabeças foram-se aproximando cada vez mais, estando a escassos centímetros dos seus lábios, ao que estes se cruzaram. Senti uma explosão de alegria por dentro. E assim ficámos durante uns longos minutos; a água da chuva escorria-nos pelo corpo, mas pouco nos importava.

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