RAQUEL
Segunda-feira, o
pior dia da semana. Pelos vistos, aquela vontade de ficar na caminha e não nos
querer-mos levantar para seja lá o que for nunca vai passar, nem mesmo depois
dos dezoito anos. Mas ao menos pensara que era por uma boa razão: estaria a
investir na minha carreira profissional. E só assim tinha forças para me
conseguir colocar por cima dos lençóis.
Tentei fazer o menos barulho possível, não convinha acordar ninguém. Despachei-me o mais rapidamente possível, não queria chegar atrasada ao meu primeiro dia de aulas. «E agora? Como é que eu seco o cabelo sem que ninguém acorde?!» perguntava-me a mim mesma. Teve de ser. Estava eu quase pronta para sair de casa quando me apercebi de uma presença a descer as escadas. Era a Inês.
- Hei, onde é que tu vais tão cedo? – Perguntou-me ainda com ar de sono.
- Para a faculdade, esqueceste-te?
- Aiche, pois é, esquece-me completamente da data de hoje.
- Pois, deu para reparar. Vá, vai dormir mais um pouco. Á tarde vais com a Ana tratar da inscrição no colégio?
- Sim, no Sunset High School.
- Okay, eu vou de autocarro para vocês poderem ir até lá no carro. Até logo.
- Beijinhos, boas aulas.
- Obrigada. – E sai. Era a primeira vez que sairia de casa para me deslocar até a uma «escola» em Londres, até mesmo para apanhar o autocarro de propósito para lá.
O Liam tinha-me dito para lhe ligar quando saísse de casa mas pensei «é melhor não, talvez ainda esteja a dormir e não o quero acordar». Nestes últimos tempos, o Liam tinha-se tornado o meu melhor amigo. Sabia que podia confiar nele como ele também sabia que podia confiar em mim. Assustei-me. O meu telemóvel tremeu de repente no meu bolso, era o Liam.
- Olá, princesa! – Ups, afinal não era o Liam que me ligava, mas sim o Zayn que me ligava do telemóvel deste.
- Olá! – Disse, um pouco envergonhada. Não esta habituada a este tipo de tratamento.
- O meu telemóvel resolveu ficar sem bateria durante a noite, então peguei no do Liam… Que por acaso acabou de acordar… Espera, hó! – O Zayn foi interrompido pelo Liam que o atropelara para me falar.
- Oláaaa!
- Olá, Liam! Fico contente por não se terem esquecido de mim. – Neste momento apercebera-me que a chamada ficara em alta voz, teria de falar para os dois.
- Achas? – Dizia o Liam, indignado.
- É claro que não. Agora que te conheci, nunca mais me esquecerei desta preciosidade. – Era óbvio que quem me falava era o Zayn.
- Oh, Zayn, agora tenho o autocarro inteiro a olhar para mim de tão vermelha que estou!
- Deixa estar, é para todos verem a beleza de rapariga que tu és.
- Acho que de vermelha devo estar a passar para roxa! – Troçava. – Zayn, meu querido; Liam, meu amigo; vou ter de desligar, parece que cheguei ao meu destino.
- Beijinhos, boas aulas, amo-te! – Fiquei confusa, juntara-se o Niall á conversa, e agora, quem teria dito a última frase?
Tentei fazer o menos barulho possível, não convinha acordar ninguém. Despachei-me o mais rapidamente possível, não queria chegar atrasada ao meu primeiro dia de aulas. «E agora? Como é que eu seco o cabelo sem que ninguém acorde?!» perguntava-me a mim mesma. Teve de ser. Estava eu quase pronta para sair de casa quando me apercebi de uma presença a descer as escadas. Era a Inês.
- Hei, onde é que tu vais tão cedo? – Perguntou-me ainda com ar de sono.
- Para a faculdade, esqueceste-te?
- Aiche, pois é, esquece-me completamente da data de hoje.
- Pois, deu para reparar. Vá, vai dormir mais um pouco. Á tarde vais com a Ana tratar da inscrição no colégio?
- Sim, no Sunset High School.
- Okay, eu vou de autocarro para vocês poderem ir até lá no carro. Até logo.
- Beijinhos, boas aulas.
- Obrigada. – E sai. Era a primeira vez que sairia de casa para me deslocar até a uma «escola» em Londres, até mesmo para apanhar o autocarro de propósito para lá.
O Liam tinha-me dito para lhe ligar quando saísse de casa mas pensei «é melhor não, talvez ainda esteja a dormir e não o quero acordar». Nestes últimos tempos, o Liam tinha-se tornado o meu melhor amigo. Sabia que podia confiar nele como ele também sabia que podia confiar em mim. Assustei-me. O meu telemóvel tremeu de repente no meu bolso, era o Liam.
- Olá, princesa! – Ups, afinal não era o Liam que me ligava, mas sim o Zayn que me ligava do telemóvel deste.
- Olá! – Disse, um pouco envergonhada. Não esta habituada a este tipo de tratamento.
- O meu telemóvel resolveu ficar sem bateria durante a noite, então peguei no do Liam… Que por acaso acabou de acordar… Espera, hó! – O Zayn foi interrompido pelo Liam que o atropelara para me falar.
- Oláaaa!
- Olá, Liam! Fico contente por não se terem esquecido de mim. – Neste momento apercebera-me que a chamada ficara em alta voz, teria de falar para os dois.
- Achas? – Dizia o Liam, indignado.
- É claro que não. Agora que te conheci, nunca mais me esquecerei desta preciosidade. – Era óbvio que quem me falava era o Zayn.
- Oh, Zayn, agora tenho o autocarro inteiro a olhar para mim de tão vermelha que estou!
- Deixa estar, é para todos verem a beleza de rapariga que tu és.
- Acho que de vermelha devo estar a passar para roxa! – Troçava. – Zayn, meu querido; Liam, meu amigo; vou ter de desligar, parece que cheguei ao meu destino.
- Beijinhos, boas aulas, amo-te! – Fiquei confusa, juntara-se o Niall á conversa, e agora, quem teria dito a última frase?
Cheguei. Perdi a
conta às vezes que me devo ter enganado nos corredores até descobrir a minha
sala de aula, por essa razão me levantara mais cedo, sabia que isso havia de
acontecer.
Finalmente a tinha encontrado, depois de ter pedido ajuda a um aluno mais velho e muito bonito, chamado Benito Germanotta. Era Italiano. Pelos vistos, aquela universidade era bastante conhecida. Pelo caminho, contara-me que era muito popular ali e quando terminasse o curso iria investir num estágio em Espanha e mais tarde abrir o seu próprio consultório, quiçá em Itália, ou em outro país diferente. Contou-me também que era um rapaz aventureiro e que gostava imenso de viajar e conhecer pessoas novas, era por isso que tinha necessidade de se instalar em diferentes regiões momentaneamente. E mais uns minutinhos e contava a sua vida toda, mas não podia ficar a ouvi-lo para sempre, tinha de entrar para a minha primeira aula de Biologia.
Vi o professor passar por mim e entrei logo de seguida. Sentei-me numa carteira na segunda fila mas na primeira coluna. Encontrava-se vazia, mas não por muito tempo. Uns segundos depois de a porta de fechar entrou uma aluna, completamente apressada e notara-se que tinha andado a correr ás voltas pelos corredores, assim como eu, até encontrar a sala certa. Não haviam mais lugares á frente se não aquele ao meu lado, e foi nesse mesmo que ela se sentou.
Olhei para a sua mão esquerda e reparei que tinha várias pulseiras ás cores, mas duas delas continham nomes. Uma dizia «Love», na outra podia ler-se «Inês».
- Chamas-te Inês? – Perguntei-lhe de início. Era bom estabelecer já uma ligação de confiança.
- Oh, não. – Respondeu-me a sorrir. – É o nome da minha melhor amiga, eu chamo-me Laura e sou Portuguesa, infelizmente. E tu?
- Eu sou a Raquel e olha a coincidência: também sou Portuguesa. «Infelizmente»?
- Sim… Por mim tinha nascido cá. Era o meu sonho desde criança, poder frequentar uma escola em Londres, quem sabe, poder viver aqui e arranjar um trabalho suscetível.
- Meninas, por favor, silêncio! – Saltamos as duas da cadeira, quando o professor nos gritou. Realmente era melhor voltar á aula e concentrar-me no meu trabalho.
Finalmente a tinha encontrado, depois de ter pedido ajuda a um aluno mais velho e muito bonito, chamado Benito Germanotta. Era Italiano. Pelos vistos, aquela universidade era bastante conhecida. Pelo caminho, contara-me que era muito popular ali e quando terminasse o curso iria investir num estágio em Espanha e mais tarde abrir o seu próprio consultório, quiçá em Itália, ou em outro país diferente. Contou-me também que era um rapaz aventureiro e que gostava imenso de viajar e conhecer pessoas novas, era por isso que tinha necessidade de se instalar em diferentes regiões momentaneamente. E mais uns minutinhos e contava a sua vida toda, mas não podia ficar a ouvi-lo para sempre, tinha de entrar para a minha primeira aula de Biologia.
Vi o professor passar por mim e entrei logo de seguida. Sentei-me numa carteira na segunda fila mas na primeira coluna. Encontrava-se vazia, mas não por muito tempo. Uns segundos depois de a porta de fechar entrou uma aluna, completamente apressada e notara-se que tinha andado a correr ás voltas pelos corredores, assim como eu, até encontrar a sala certa. Não haviam mais lugares á frente se não aquele ao meu lado, e foi nesse mesmo que ela se sentou.
Olhei para a sua mão esquerda e reparei que tinha várias pulseiras ás cores, mas duas delas continham nomes. Uma dizia «Love», na outra podia ler-se «Inês».
- Chamas-te Inês? – Perguntei-lhe de início. Era bom estabelecer já uma ligação de confiança.
- Oh, não. – Respondeu-me a sorrir. – É o nome da minha melhor amiga, eu chamo-me Laura e sou Portuguesa, infelizmente. E tu?
- Eu sou a Raquel e olha a coincidência: também sou Portuguesa. «Infelizmente»?
- Sim… Por mim tinha nascido cá. Era o meu sonho desde criança, poder frequentar uma escola em Londres, quem sabe, poder viver aqui e arranjar um trabalho suscetível.
- Meninas, por favor, silêncio! – Saltamos as duas da cadeira, quando o professor nos gritou. Realmente era melhor voltar á aula e concentrar-me no meu trabalho.
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