19 fevereiro 2012

The Heartbeats of One Direction - IX Capítulo


RAQUEL
  Durante o almoço, que decorria bastante animado em conversa com os restantes membros do grupo, não pude deixar de reparar no estado debilitado em que se encontrava a minha irmã, ao que resolvi perguntar-lhe diretamente:
  - Hei, o que é que se passa? Vieste o caminho todo, melancólica e agora estás para aqui a conter as lágrimas!
  - Aqui não, por favor! – Pediu-lhe aquilo de uma maneira quase desesperada que não tive outra opção de não respeitar a sua decisão.
  Finalizado o nosso almoço, os rapazes tinham o fabuloso big red bus á nossa espera, eu era completamente fascinada por aqueles autocarros. Pensando bem, eu era completamente fascinada com tudo o que havia por fascinar em Londres. Entramos e reparei que a minha irmã, apesar do ar abatido com que estava e pelo qual eu não podia deixar de lutar, era visível o esforço que estava a fazer por todos nós, não querendo estragar os planos do passeio.
  Durante aquele maravilhoso dia que passamos com eles, tínhamos de nos despachar.
  - Bem pessoal, eu adorava ficar mais um pouco convosco, mas a Aninhas chega amanhã e temos de ter tudo pronto para a sua chegada. – Avisei-os.
  - Oh, está bem então. – Disse-me o Zayn com uma carinha tristonha. Não gostava nada de o ver assim.
  - Não fiques assim! – Pedi-lhe. – Amanhã voltamos a encontrar-nos.
  Senti que a sua felicidade voltara a florir, deitando um grande sorriso. Quanto á minha irmã e o Louis, cada vez mais próximos, despediam-se como sempre: numa risada descomunal; este miúdo tinha o dom de fazer rir qualquer um, até mesmo nos seus piores momentos. Era por isso e por entre outras coisas que a Inês me confessara que gostava muito dele. Agora de que maneira?!
  Assim que entramos no carro de regresso a casa não pude deixar de bombardeá-la com as habituais perguntas:
  - Vais contar-me agora o que se passa?
  - Eu não sei como é que hei-de começar…
  - Talvez pelo princípio.
  - Não gozes, isto é sério!
  - Okay, okay, já deu para reparar. – Para me falar assim, era realmente muito sério.
  - O Ricardo ligou-me.
  - E o que queria ele?
  Estava profundamente paralisada. De alguma forma sempre soube que este namoro não iria durar muito tempo. Nunca fui á bola com a cara daquele tipo, já tinha conhecido pessoas que me advertiram quanto a ele, por ter a fama de Player e se havia coisa de que eu me fartara de dizer foi para que a minha irmã abrisse os olhos enquanto fosse tempo.
  - Ele disse-me que conheceu outra rapariga e que era melhor acabar-mos antes que desse para o torto! – Dizia-me, escorrendo-lhe as lágrimas.
  - Primeiro: eu bem te avisei, Inês! Tu sabias como eram esses tipos, ou pelo menos, eu lembro-me de te ter ensinado. Sabes que as relações com esse gajo nunca vão para além de uma semana, e olha que já foi de muito espanto meu ter durado um mês! – Quando continha alguma coisa entalada na garganta, ai daquele que me tentasse calar. – Segundo: limpa-me já essas lágrimas, porque a única coisa que devia sair dos teus olhos era nojo e repugnância dos gajos como ele!
  - Mas eu gostava dele… - E lá vinha a nova onda de lágrimas.
  - Eu não te disse já para parares de choramingar por ele? Gostavas! Disseste bem, já não gostas nem nunca mais vais voltar a gostar, pelo que depender de mim.
  Chegamos a casa e com a Inês já mais controlada demos início á limpeza da casa. Tinha-mos falado com a tia da Ana e concordamos que como menor, ficaria á nossa guarda durante o tempo em que ela, a tia, não estivesse por perto. Também não havia de demorar muito tempo até que fizesse dezoito anos.

NO DIA SEGUINTE

  Estava tudo aposto para a vinda da Ana para Londres. Parecia incrível, mas tínhamos de nos levantar às 7:30 da manhã, hora em que ela apanharia o avião com destino marcado ao nosso novo lar. A aterragem estava prevista para as 10:30. Eu e a minha irmã combinamos o seguinte: eu iria buscar a Ana ao aeroporto, enquanto a Inês dava os últimos ajustes à casa.
  Como combinado, lá estava eu à espera da minha amiga Ana á saída do aeroporto, quando a Inês me ligara.
  - Sim, Inês?
  - Hum, olha… O Harry mandou SMS a perguntar se podiam passar por cá depois de almoço, o que lhes digo?
  - Tudo bem, na boa!
  - É? Está bem então, beijinhos.
  - Até já, beijinhos.
  Um estranho ruído de um avião a aterrar despertou-me da estranha sonolência em que me encontrava e lá fui eu em busca da «Ana Cristina» pelo aeroporto de Heathrow
. Nunca tinha visto tanta gente junta, mas só depois me apercebi que tinha chegado o maior avião do dia, abrangendo a maior quantidade de lugares. Como não via ninguém, e até nem era muito alta, resolvi empoleirar-me numa cadeira que se encontrava mesmo ao meu lado. Subi. Espreitei. Mirei bem aquele «horizonte» de cabecinhas andantes e tentei apanhar todos aqueles que passavam por mim. De repente, no meio daquele multidão, vejo uma cabecinha de cor castanho avelã, cabelos ondulados a pedir «Excuse me» um turbilhão de vezes.
  - ANA! – Gritei bem alto para que me pudesse ouvir.
  - RAQUEL! – Ripostou ao meu encontro. Corremos uma contra a outra e depois de muitos abraços e risadas fomos andando para a saída.
  - Então, essa viagem?
  - Posso dizer que foi um pouco atribulada... Mas nada que aqui a madame não aguentasse.
  - AHAH! – Rimos em conjunto.
  De regresso a casa, encontramo-nos com a Inês e foi de novo um grande festão por tornar a ver alguém de quem tínhamos enormes saudades. Á nossa espera estava já uma mesa muito bem ornamentada com a comida preferida da Ana, lasanha, parece que a minha irmã se antecipara em tudo, enquanto esperava. Comemos calmamente e falamos sobre tudo, matando todas as saudades que havia para matar, e até mais algumas. Depois de almoçar-mos, aproveitamos para arrumar tudo o que a Ana tinha trazido no seu grande malão que era tão pesado que quase nem o conseguia transportar, e mesmo com a minha ajuda, foi complicado subir as escadas.
  - Hei, tens de ouvir os meus novos artistas preferidos… - Começava a Ana.
  - Ai sim? Então? – Perguntava curiosa, a minha irmã.
  - Sim, são espetaculares! Chamam-se One… - Foi interrompida pelo toque sonoro da campainha que nos abanou a todas.
  - Não te esqueças do que ias dizer, eu vou abrir, espera um pouco… - Desci as escadas num alvoroço para ir abrir a porta.
  - Olá! – Felicitou-me o Liam, assim que me viu.
  - Olá, entrem, entrem. Elas estão lá em cima, venham. – Conduzi-os até ao quarto de hóspedes que agora passava a ser o quarto da Ana. Entramos todos.
  - São os One… - Voltou a calar-se. De repente, ouviu-se um grande estrondo no chão. Quando olhamos para ver o que era, apercebemo-nos de que o novo Iphone da Ana se tinha escaqueirado no chão.
  - Oh não… O meu Iphone, novinho em folha… E os… Ai… Meu deus, acho que vou desmaiar!
  Aparando-lhe o golpe e num gesto de uma grandiosa rapidez, o Harry passou por entre todos, conseguindo agarrá-la e evitando um grande desastre. Quando a largou a salvo no chão, sentou-se ao seu lado e ficou a mirá-la. Ambos se olharam olhos nos olhos e assim ficaram durante uns longos minutos até que este decide quebrar o silêncio; e por um questão de delicadeza, eu tinha chamado o Zayn para que viesse comigo até á sala e deixá-los mais a sós, os restantes fizeram o mesmo.
  - Estás bem? – Perguntou-lhe o Harry, sorrindo carinhosamente.
  - Eu estou, mas o meu Iphone…
  - Oh, não te preocupes com isso, eu compro-te um novo.
  - O quê? Não, nem pensar! A culpa foi toda minha.
  - Em parte até foi minha, que não sabia que era assim tão feio para te assustares comigo.
  - Deixa-te de coisas, até és bem o contrário e por isso é que me assustei.

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